sexta-feira, julho 21, 2006

Perdida

Ela perdeu um sonho que era sonho porque a realidade não permitiu que a ternura virasse acaso. Caso se perdesse no mundo, era só piscar e a bóia da salvação viria como uma luva. Mas a luva não serviu e prendeu-lhe a circulação. Perdeu. Perdeu, pensou a garota que não sabia direito se a vida era para ser tolerada em nota constante ou degustada sem distinção de sabores.
Amargo era seu peito que implodia num grito suave que só os mais atentos conseguiriam ouvir. Viu um sorriso, lembrou-se de como era quando feliz buscava nada. Agora que procurava um sentido coeso para a vida caótica ela não estava em pedaços, mas não sorria mais, só quando contavam piada.
A piada era que tudo começou num riso e acabou em choro, leve como pluma que voa aos ventos incertos e terminou certo como uma bigorna.
Não sabia se perdera ou ganhara, perdeu o parâmetro e se convenceu que já não tinha certeza.
No coração uma corda apertava num nó de marinheiro que quando se gostava já estava no próximo porto. Não sabia se virava massa de modelar no molde ou geléia em mãos de criança.
A impressão que tinha era que o sol continuava nascendo, mas cada vez mais apagado e os dias eram cada vez mais qualquer coisa. O rolo compressor da máquina produtiva tratou de deixá-la em transe por alguns momentos. Passava o dia a pensar em frutos mas a música de Bach lembrava que havia ainda água em seu peito.
Sofria para não deixar passar em branco.

Um comentário:

Anônimo disse...

[PACK/PARSONS]
Waves roll out
Out to sea
Tasting the saltwater
Tears upon her cheek
Morning breaks
She's not there
Who could ever find her?
Who would even care?
No one heard
No one came
No angel of mercy
Appears to know her name
Where is hope
When words fail
All the colours running
Inside when life turns pale
In the dock the boats are harboured
Where the water's cold and still
Oh life, she cries, I've lost the will
From the bridge she sees a lifetime
Being washed upon the shore
Oh life, she cries
There must be more...
Tides roll in
Waters rise
Any chance of reason
Only clouds her eyes
Arms of grace
She won't feel
All the wounds inside her
That time can never heal
The city lights shine seaward
Swirling in a trance
Her eyes upon the water
Alone in her last dance
>From the docks the boats are leaving
As she cries into the dawn
Oh life, I'm barely holding on
And she sees her future falling
Til it finds the ocean floor
Oh life, she cries
There must be more
There must be more
And with the early light
She'll sail into the clear
The winds are all behind her
The hour's almost here
>From the bridge she hears the voices
Turn into a roar
Oh life she cries
There must be more
On the dock her soul is sinking
But her spirit longs to soar
Oh life, she cries
There must be more
There must be more
There must be more
Oh life I'm barely holding on
There must be more
There must be more
Oh life there must be something more