quarta-feira, junho 14, 2006

A promessa

Estava em seu quarto e pôs-se a chorar.
Passaram meses e ela continuava ali, imóvel.
O nível da água já se aproximava de suas narinas e ela continuava inerte.
Demorou um pouco para perceber que já não respirava mais, até que engasgou com a água e tossiu com grande desconforto.
Era a primeira vez que se mexia desde então.
Nadou até a superfície, buscou o ar que ainda restava e submergiu até a porta, que abriu com um só chute.
Em segundos o quarto estava seco, salvo algumas pocinhas sobre o chão. Ela foi até a área de serviço, pegou um rodo e puxou cada gotinha na direção do ralo. Ela estava cansada.
Jurou que não beberia mais água, porque assim teria a certeza de nunca mais chorar.