domingo, janeiro 14, 2007

Yin yang

Nada é completo, só a morte. Vivemos num e se fosse como seria talvez melhor para deixar desejo de completar a lacuna. Nenhum sentimento vem puro. Quando se acha que está farta aparece a fome pequenina até virar leão. Os medos precedem as vitórias de quem não imaginava levantar troféu. Às vezes a coragem leva ao tombo e vice-versa.
Quem olha o sol nascer todo dia sabe que o círculo não fecha enquanto se respira. Milhares de vidas pulsam em tragédias e prazeres. Repara que as ondas vão e vem o sol nasce e morre e o pêndulo se move enquanto oscila entre os dois lados. Repara que a vida não pode ser só tristeza, e que chove e dá praia. As lágrimas limpam os olhos que cansam de sofrer e resolver rir da vida roda gigante. Até a terra gira em torno do sol, e só Deus sabe em torno de que o sol gira. É necessário que ninguém saiba porque um pouco de mistério é a pimenta do mundo.
Eu não vi tudo, muito menos você.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Facada giratória

A dor agora era contida, a boca travava e os olhos hidratavam. Histeria e lágrimas tempestade haviam ficado para trás. Parecia que assistia ao mundo um degrauzinho acima. Era uma evolução. Era bom e era péssimo.
Sentia em meu corpo tremores de doença física que eu sabia que vinham de ti. Me derrubaste por não pegar em minha mão quando eu caía.
O amor havia de ser próprio antes de tudo. O amor próprio anulava um amor tão grande e tão esperado que acabou por morrer na praia. Nenhuma distancia física é capaz de me afastar de ti como as não palavras. Não sei o que pensas, só sei que o que teu pensamento não faz de ti boa coisa. A raiva é o mundo que gira sem se dar conta de nós.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Engasgo

Ontem eu tocava meu sorriso sem pensar que tudo ia acabar assim que estivesse feito. Sonho partido por leve rancor que trava qualquer mão estendida. Amarro as mãos com arame farpado pra nem correr o risco.
Hoje descobri que a paixão não pode ser boa

terça-feira, janeiro 02, 2007

Suspiro

Um coração intransitável dizia que era hora de partir. Vivia na corda bamba entre o casco e a geléia. Molhava os dedos nas paixões enquanto tentava raciocinar e proteger o corpo com os mãos. Era concreto meio frouxo.
O ano começava e nem parecia. Esperava notícias e tentava controlar a ansiedade de garota.
A mulher estava engolindo a menina, cada vez mais. Sabia que o mundo era uma constante tensão entre a pureza e a malandragem. E ela não era nem uma coisa nem outra.
Os fogos pipocavam no ar e desabrochavam formas iguais às do ano passado.