segunda-feira, julho 17, 2006

Beleza

Ela era inesquecível como o episódio do Chaves em Acapulco. Ela dançava como quem zomba da vida com seus olhos cristalinos pedindo mais. Ia aos extremos sempre perdendo o equilíbrio.
A beleza latente disfarçava a armadilha que aqueles olhos guardavam para quem ousasse tocá-los com mais firmeza. Ela pirava.
Sabia fazer um elogio e isso era uma rede que pescava mais peixes que o necessário.
Dizia que estava infeliz, mas era só ímã. O ouvido que ousasse escutar as lamúrias de voz potente nunca mais seria o mesmo.
Luisa estava no mundo para cavar a terra úmida que guardava milhares de segredos. Não tinha medo de se jogar num poço fundo de água fria se soubesse que era doce. O problema era voltar à superfície.
Depois de tanto amor desabou num choro infantil, era realmente uma menina, só podia ser. Amargura era palavra desconhecida e ela queria um cigarro, mas não sabia tragar. Era um choro show de quem não podia perder o palco. Perdeu a graça. Deixei-a chorando quando o sol nascia, feliz.

Nenhum comentário: