quinta-feira, janeiro 15, 2009

Vida

Minha sina é nunca ter certeza de nada. Mas assim será sempre a vida, um mar de incertezas e nós tentando fazer um barco seguro. Viver é ferir e se machucar. Acalmar o outro que está pior. Sentir nada e sentir tudo. Sentir prazer sem culpa pois em seguida vem tristeza e em seguida vem prazer de novo. Amo isso tudo, eu sei. As calmarias e tempestades dão impressão de que não vão passar, mas a única coisa certa é que passarão. Amo o choro e o riso, mas amo mais o riso. Nenhum abrigo é totalmente abrigo e nem todo campo é realmente livre. Uma coisa mancha a outra o tempo todo como obra de arte. Nasci de novo todo dia, uns mais que outros. Quando penso que tudo acabou é que recomeça melhor.

domingo, janeiro 11, 2009

Dor

O telefone não toca quando se está perto. A ansiedade afugenta o desejo. Quanto mais aperta escorre. Poderia curtir cada coisa como ela realmente é mas não consigo. Uma névoa paira sobre o corpo impedindo que eu pense com clareza. Não me reconheço e meu cérebro tenta explicar o que devo fazer, tão simples e claro, mas não consigo ver além da névoa.
O rosto contrai de desespero inventado. Lágrimas que não deveriam estar ali.