quarta-feira, julho 15, 2009

Buenos Aires

Não há nada que seja doído vendo o progresso do momento triste. O triste dói o parto do alegre que cresce e se transforma em felicidade que sacaneia e me abandona.
É mesmo um círculo que gira gira gira passa pela noite e o dia sempre teima em nascer, até que a morte nos separe. Sorrio quando acostumo com esse movimento previsível para o cérebro. O coração, esse burro, esse se surpreende com a mesma história, sempre.
Menti quando passei do ponto de ser eu mesma e quis inventar uma pessoa mais legal do que eu. Talvez essa coisa de razão e emoção serem coisas distintas seja uma babaquice....pára e pensa!



terça-feira, março 03, 2009

Roda Gigante

Uma felicidade e uma tristeza imensa. Uma não melhora nem piora a outra. Dois sentimentos distintos que não se mancham.
Acabo de levar um soco na cara no meio da rua. Um soco grande, daqueles de mão fechada. Acabo de ser levantada ao alto por mãos inesperadas. Acabo de chorar e acabo de sorrir.
O sangue que corre nas veias tem pressa. A vida corre solta por aí e ninguém segura.
Tenho raiva, orgulho, morte, desejo, vingança, felicidade, amargura, tudo. Tudo embolado na garganta de um grito que não vai vir.
Amo saber que existem os vícios que servem pra consolar e comemorar as derrotas e vitórias. Amo a miséria e o luxo. Não gosto da classe média. Sempre quis viver nessa montanha russa e consegui. Consegui arder em tudo, o morno é para ser vomitado, como já dizia a Bíblia.
A raiva de bater é a dor de apanhar. A felicidade não tem motivo nem origem. Ela brota.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Vida

Minha sina é nunca ter certeza de nada. Mas assim será sempre a vida, um mar de incertezas e nós tentando fazer um barco seguro. Viver é ferir e se machucar. Acalmar o outro que está pior. Sentir nada e sentir tudo. Sentir prazer sem culpa pois em seguida vem tristeza e em seguida vem prazer de novo. Amo isso tudo, eu sei. As calmarias e tempestades dão impressão de que não vão passar, mas a única coisa certa é que passarão. Amo o choro e o riso, mas amo mais o riso. Nenhum abrigo é totalmente abrigo e nem todo campo é realmente livre. Uma coisa mancha a outra o tempo todo como obra de arte. Nasci de novo todo dia, uns mais que outros. Quando penso que tudo acabou é que recomeça melhor.

domingo, janeiro 11, 2009

Dor

O telefone não toca quando se está perto. A ansiedade afugenta o desejo. Quanto mais aperta escorre. Poderia curtir cada coisa como ela realmente é mas não consigo. Uma névoa paira sobre o corpo impedindo que eu pense com clareza. Não me reconheço e meu cérebro tenta explicar o que devo fazer, tão simples e claro, mas não consigo ver além da névoa.
O rosto contrai de desespero inventado. Lágrimas que não deveriam estar ali.