sexta-feira, julho 07, 2006

Patricia

Sinto saudades, uma saudade suave como um carinho no rosto. Ela era tão diferente de mim e, no entanto, a gente se dava tão bem. Ela queria casar e fazia filó. Eu queria provar de tudo antes de me amarrar e não pensava muito nisso. Ela balançava a cabeça na horizontal ao ouvir cada nova história minha. Eu não entendia como aquela vida pacata entre tecidos, agulhas e o mesmo namorado de quatro anos poderia ser bacana.
Quando a conheci pensei que era rica, tão chique sabia combinar muito bem as roupas. Mas não era. Morava com os pais num apartamento pequeno e tinha internet discada. Ajudava nas contas. Não tinha armário, suas roupas ficavam expostas em araras coloridas.
A lógica da empatia é não ter lógica. Se ela me ligasse agora me pedindo para dar a volta ao mundo de um pé só, eu o faria, se isso fosse fazê-la sorrir verdadeiramente. Acredito que ela faria o mesmo por mim. Talvez não. Não importa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei... Fala bem do que estou sentindo.