sexta-feira, outubro 27, 2006

Solidão

Sem poesias e palavras doces. Nada. Acabou. Ela não suportava mais abrir concessões e estava tomada por um amor próprio que doía de abrir mão. Ela olhava a cena e sentia um desgosto de ter sentido amor.
O sangue que rola ficou turvo e o peito fechou. Fechou de ódio e de uma auto piedade que a fez buscar o silêncio. As distrações que buscou findaram logo.
O barulho do ar condicionado era constante e o quarto estava sozinho. Sozinha era a lembrança de sempre, por mais que houvesse pessoas durante todo esse tempo. A ilusão da companhia havia acabado. Ela odiava com força mas isso não tornava as coisas mais fáceis.
O sentimento de perda doía mas ela havia feito escolha. Pensava em si mas a confusão espalhava na sua cabeça.
Doía uma dor suave. Não era nada demais, mas ver uma possível estrela fugir dessa forma, por escolha dela mesma, ou talvez por não entender como se faz um coração, doía.
Logo ela desejada desejava o objeto errado. Ela e a humanidade, que havia descoberto gostar do descaso. Tinha cansado de brincar de caça ao tesouro.

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