Eu prefiro esquecer que o Rio existe por enquanto. Os objetos mais amáveis devem ser encobertos com panos brancos porque qualquer visão de um passado recente pode machucar.
Os olhos dela me fazem chorar. É melhor então que eu esqueça que exista, mas como ela existe! Como me arrebata o corpo todo a cada mínima memória jorrada nas sinapses de meus neurônios já confusos. Sigo na contagem regressiva, mas está longe.
Coleciono novas lembranças, muitas tem lugar certo na gaveta do esquecimento. Admiro a capacidade humana incrível de enterrar as coisas ruins. Há que se lembrar das coisas boas, mas justamente agora preciso esquecê-las.
Uma foto familiar me traz um sorriso seguido de aperto, o amor tem maneiras estranhas de se manifestar.
Viver é arrumar novos motivos pra rir e pra chorar.
2 comentários:
Como diria Nelson Rodrigues:
"O que é a memória, senão um pátio de milagres?"
"viver é arrumar novos motivos para rir e chorar." e como a gente arruma.
:*
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