quarta-feira, agosto 16, 2006

O jogo

Ele poderia ser seu pai, mas ainda bem que não o era. No seu dedo reluzia o anel dourado da discórdia. Era sua sina, ela pensava. Talvez isso acontecesse porque os machos alfa eram muito cobiçados. Ele olhava.
Ele ficou surpreso com a sua idade e ela sabia que isso era deleite para os homens de quarenta, a idade da motocicleta.
O filme reprisava. Começavam as piadinhas de início de intimidade e os contatos corporais forçados. Eles tateavam.
Ela imaginava como seria. Um corpo ainda não descoberto era sempre interessante.
O raciocínio assinalava perigo constante de se deixar levar pela correnteza errada.
Ela brincava. Gostava de brincar e sabia que podia cortar um dedo, ou cair ao escalar um brinquedo muito alto.
Parecia que havia se viciado na energia da conquista, as duas freqüências pairando no ar tentando se comunicar.
Ela aproveitava porque sabia que tudo era bom antes de chegar ao coração.
Tinha um coração aventureiro e por mais que já houvesse entrado em trilhas erradas a curiosidade de saber onde ia dar era mais forte.
O desejo superava a culpa. Sempre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Jogo em campo manauara?