domingo, maio 21, 2006

Dança da vassoura

Ás vezes batia a sensação de algo agudo e lento no peito, sem nenhuma explicação. Podia ser tudo e nada ao mesmo tempo. Uma desilusão, um amor para acontecer, a solidão física amenizada por livros e filmes. Ele estava sozinho.
Quantas pessoas sozinhas havia no mundo? Ele pensava para se sentir melhor...Quem sabe se ele fundasse o encontro mundial dos sozinhos? Mas os sozinhos eram sozinhos por alguma razão, não ia ser o fato de estarem juntos que os tornaria, os tornaria....qual seria o contrário de sozinho? Enturmado? Junto? Nenhuma dessas palavras soava tão forte quanto sozinho.
A nota aguda continuava a ressonar, não importa o que fizesse. De vez em quando ele se distraía e ela ficava mais branda, como se o maestro regesse um momento piano.
Essa era a questão, quem seria o maestro? Quem estava no comando? Não era ele, com certeza. Se fosse ele já não haveria mais agudo ou grave, apenas um grito estridente de alegria que perfuraria as casas, quebraria vidraças e anunciaria ao mundo que já não era mais sozinho.
Mas por que pensar no mundo? Porque era necessário que soubessem que ele não era sozinho, não bastava ele saber, sozinho?

2 comentários:

Mari disse...

não lembro onde ouvi (li/vi num filme, sei lá) que a distância entre um e dois é muito maior do que a distãncia entre dois e três...

Dennis. disse...

:)

valeu pelo comment!